Área Protegida do Cabo Girão
O GIRO - Projeto de Valorização da Área Protegida do Cabo Girão enquadra-se num paradigma de gestão territorial que visa a compatibilização entre o desenvolvimento económico e a sustentabilidade ambiental, baseada no conhecimento, valorização, proteção e promoção dos recursos e valores locais.
Uma iniciativa que celebrou a sustentabilidade e este espaço protegido camaralobense!
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Os limites territoriais do Monumento Natural do Cabo Girão englobam toda a área de encosta definida a este pelo Boqueirão e a oeste pela Ribeira da Quinta Grande, estando o limite a sul definido pela linha de base da arriba e o limite a norte definido pela linha de início do desnível orográfico (excluindo os terrenos agrícolas).
Os limites territoriais da Paisagem Protegida do Cabo Girão englobam toda a área de terrenos agrícolas das Fajãs, delimitada a este pelo Boqueirão e a oeste pela Ribeira da Quinta Grande.
Os limites territoriais do Parque Natural Marinho do Cabo Girão seguem a sul a batimétrica dos 50 metros e a norte 10 metros acima da linha de costa definida pela amplitude média das marés. A delimitação a este é definida pela Ribeira da Alforra e a oeste pela Ribeira da Quinta Grande.
Para além da Sé Catedral do Funchal, a cantaria do Cabo Girão foi utilizada no Convento de Santa Clara, Forte de São Tiago, edifício da Câmara Municipal do Funchal, museu da Quinta das Cruzes, entre outros.
A importância da antiga pedreira e o volume dos blocos de pedra extraídos foi de tal ordem que, o Rei D. Manuel I ordenoua construção de embarcações com características específicas para o transporte desde o Cabo Girão até à cidade do Funchal.
“Assombrado” com a grandeza da arriba do Cabo Girão, o autor Miguel Torga dedicou-lhe um sentido poema datado de 30 de Agosto de 1980. “Gávea de Pedra” faz parte da obra Diário de Miguel Torga - Volumes I a IV. Editor: Dom Quixote.
Iniciou a sua navegação ao serviço da Marinha Portuguesa a 28 de junho de 1975, com uma missão a Timor em plena guerra civil.
No seu regresso a Lisboa, pelo Pacífico e canal de Panamá realizou uma viagem de circum-navegação de mais 20 000 km, atrancando na barra do Tejo a 11 de março de 1976.
Nesta viagem de “volta ao mundo” fez paragens em Austrália, Japão, Havai, Califórnia, Panamá, Venezuela, Ilha da Madeira e Lisboa.
A Fajã dos Asnos foi outrora conhecida como Fajã do Gregório, contudo a sua ligação à agricultura e antiga pedreira do Cabo Girão, fez com que fosse “apelidada” de Asnos. Esta faz alusão a uma espécie de animal doméstico, usada como alternativa de transporte dos produtos agrícolas e inertes do Cabo Girão.
Segundo o Dicionário de Falares do Arquipélago da Madeira de J. M. Soares de Barcelos, a designação de Bebras pode ter dois significados, ou seja, o nome que se dá a uma espécie de FIGO temporão produzido pela árvore vulgarmente conhecida pelo nome de “bebereira” ou, significa PREGUIÇOSO “és um bêbra, não queres fazer é nada”.
Gaspar Frutuoso relata que, já em 1501, o reconhecimento dos terrenos férteis no Cabo Girão, fez com que fossem entregues a nobres, nomeadamente, João Gonçalves da Câmara, filho de Zarco.
Da árdua conquista de terrenos de cultivo, com a construção de muros de pedra aparelhada e engenhosos sistemas de irrigação e transporte, na antiga Quinta do Cabo Girão (antiga designação da actual freguesia da Quinta Grande) prosperou uma singular paisagem, classificada agora como Paisagem Protegida. Por certo, a sua preservação até aos nossos dias, é fruto da sageza e engenho de sucessivas gerações e proprietários, que dai retiram o seu sustento num delicado equilíbrio com o meio.
Assume a majestosa arriba do Cabo Girão um papel relevante na história da ilha da Madeira! Esta arriba foi ponto de referência para descobridores, devendo o seu nome a João Gonçalves Zarco, que aí completou o “GIRO” de reconhecimento da ilha.
O Surf Spot Cabo Girão constitui-se em Portugal como o primeiro spot de surf formalmente protegido no articulado de um decreto legislativo.
Embora não tenha infraestruturas de apoio ou entidades ligadas à modalidade presentes na área, é utilizado pela comunidade surfista e recomendado a praticantes que detenham um nível intermédio/avançado da prática de surf.
A Paisagem Protegida do Cabo Girão é classificada como categoria V da International Union for Conservation of Nature, constituindo-se como o primeiro estatuto de proteção de paisagem na região.
A classificação tem como principal objetivo a preservação da integridade desta interação tradicional, vital para a proteção, manutenção e evolução daquela área.
O Parque Natural Marinho do Cabo Girão, categoria VI da International Union for Conservation of Nature, tem como objetivo essencial a adoção de medidas que visem a proteção, valorização e uso sustentado do mar, através da integração harmoniosa das atividades humanas, contribuindo para garantir o bom estado ambiental do espaço marítimo da RAM, dando cumprimento ao estabelecido na Estratégia Nacional para o Mar e ao estabelecido pela Diretiva-Quadro Estratégia Marinha.
Sendo este o primeiro Parque Natural Marinho criado na RAM, esta classificação é considerada uma experiência piloto que permite avaliar a aplicabilidade deste tipo de medidas no enquadramento das especificidades da Madeira.
A espécie de macroalga Avrainvillea canariensis, além de ser um novo assinalamento para a região, forma um habitat mesofótico que, até agora, era desconhecido no arquipélago da Madeira. É a única espécie deste género que ocorre no Atlântico Este e, até a sua descoberta no Parque Natural Marinho do Cabo Girão, a sua distribuição estava limitada as Ilhas Canárias.
A inacessibilidade de grande parte da arriba, garantiu a preservação de valores ecológicos singulares de elevada importância em matéria de conservação da natureza. O Cabo Girão é classificado desde 2015 como Sítio de Interesse Comunitário (PTMAD0011) da Rede Natura 2000, com uma área total de 83.69 hectares, distribuída pelas freguesias de Câmara de Lobos, Quinta Grande e Campanário.
